quinta-feira, 24 de janeiro de 2019




A primeira foto é da minha vizinha. Ela compartilhou no grupo do prédio. Foi tirada às 6h30.
A segunda fui eu. 7h38.

E esse sol aí é meu, todos sabem.
Meu Pai Celestial não dorme. Mas hoje bem de manhãzinha Ele calçou seu chinelo nº 2 milhões (o dos meninos em casa é nº 42, só pra dar uma noção de grandeza, e tal), e foi lá na paleta de cores escolher que filtro usaria pra colocar o sol no céu hoje. Pra mim. Tudo isso enquanto Ele cuidava de todo o resto do Universo. Aí Ele escolheu, e deu uma ordem lá pro Almoxarifado Celestial: "Esse aqui, meninos. Coloquem lá pra minha filhinha." Que foi a foto das 6h30. Ele tava escolhendo. Testando.
Aí Ele olhou no seu relógião sem ponteiro, colocou seus óculos de ler sem grau na ponta do nariz (que talvez Ele nem tenha), e ficou esperando eu acordar. 

Porque Ele sabe que eu SEMPRE pulo de alegria. E choro na sequência. 
É o dia do ano que eu mais O sinto perto. Se eu fosse louca, diria que sinto de sentir mesmo. Então, como eu SOU louca, vc já sabe: eu sinto sim. Não é sentir de pegar. É sentir de saber. De ter certeza. De sentir.
Eu acho que Deus me chama de filhinha.
Todos os dias Ele me dá pão à mesa.
Todos os dias Ele me perdoa.
Todos os dias Ele me ama, apesar de mim.
Todos os dias Ele me lembra que vou morar no Céu, e que Jesus vai vir me buscar.
De vez em quando Ele assobia musicas pra mim (posso te contar isso pessoalmente. Não sei se vc vai acreditar, mas aí num posso fazer nada a respeito. Rá!).
De vez em quando Ele me manda sinais. Ele é Deus, não precisa me mandar nada. Mas é meu Pai, então Ele manda.
Esporadicamente Ele me faz uns milagres bem grandes.
Algumas vezes me deu uns NÃO muito difíceis.
E anualmente me dá um sol de presente no meu aniversário.
O resumo é que TODO DIA Ele me chama de filha.
Então, é muito fácil achar que o sol do 24 de janeiro é meu.
O meu Pai Celestial é vivo! É real! É grande! E cabe dentro de mim! 
Obrigada, Pai amado! Não há presente de aniversário nesta vida que eu espere mais do que esse! 

PS.: Desculpe se escandalizo alguém falando do Senhor de forma humanizada e até caricata. Não é minha intenção irreverenciar, de coração. Não gosto nem de músicas que chamam Deus de 'você'. Eu O temo. Só queria dar uma visão romanceada de como eu me sinto. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Você é o barco. O Papai e eu somos o cais.



Recebi um aviso do Colégio pra olhar no site as informações pra compra de material complementar pra 2019. Aí entrei lá e... não tinha nada pra comprar pra vc.
Porque... oi?!??!?! Claro!! Tu tá no COLEGIAL!! Não tenho mais que comprar papelzinho, tesourinha, canetinha, escambalzinho... Cabô! Cabô tu me esfolando a carteira comprando mochila e badulaque na papelaria todo janeiro... Tu. Ta. No. Colegial. Co.Le.Gi.A.ú.
Eu tô me preparando pra te ver ir embora. E vejo que esse preparo todo só vai servir pra não servir pra nada. Eu não vou estar preparada nunca. Você é o maior amor que eu sei sentir, e não sei como vai ser não ter vc pra cuidar + encher + cheirar + encher de novo, que é pra isso q eu tô aqui.
É bem verdade que eu uma baita sorte de ser um casalzão com o Papai... Eu AMO meu tempo com ele, e, pra minha mais sorte ainda, sei que ele ama o tempo comigo. Puxa vida, se não fosse isso eu nem sei... Eu ia ter que me ocupar. Acho que eu ia comprar um fusquinha pra levar criancinha passear na praça. Mas agora estamos nós dois sentindo o vento das suas asas batendo na cara da gente e... nóis meio que num sabe se chora os dois, ou se fica fingindo que ta tudo bem pro outro fingir que acredita e que num tá tudo doendo por dentro.
Ta tudo bem, não tem nada de errado nisso tudo. Um dia foi a vez da minha mãe. Hoje é a minha. Vai passar (#creindeospai), e amanhã vai ser a sua, pq, pra compensar nossa família curtinha, vc me prometeu 3 netinhos. Então talvez vc ainda passe por isso 3x. Mas vou ter chegado na frente, vou ter aprendido tudo, e vou te ajudar com um sem fim de conselhos. Que não vão servir pra nada, porque no fim do dia dói e pronto.
Queria escrever muito sobre essa nossa fase, sobre a sua adolescência, mas sei que agora não é a hora, porque vc tá na fase de achar que vc sabe mais das coisas do que a gente (aôôôôô, sabidão! Ahãm!), e vai se aborrecer de se ler nas minhas palavras. Mas um dia vou poder. E vamos entender tanta coisa juntos.
Por ora, filho, eu só quis deixar isso registrado pra gente começar a prosa daqui a alguns anos. Hoje não dá, eu sei. A gente tem navegado em órbitas tão diferentes. E ta tudo bem. É assim na casa de (quase) todo mundo.
Mas o que nos une é estarmos na mesma viagem. Você vai, volta, e estamos todos com o bilhete da passagem na mão. Somos peregrinos. E vamos todos desembarcar no mesmo lugar. Você sabe o quanto anseio por isso! Que eu vivo por isso! Que essa é a nossa esperança. E, de qualquer jeito, nossa vida na Terra precisa estampar esse bilhete. Senão a gente tá na nave errada. Aí tem que parar, descer, e embarcar novamente.
Então por enquanto, ficamos assim: quando bater canseira, descanse em nós.
Você é o barco. O Papai e eu somos o cais.
E Ele... o Porto. Seguro. De todo dia. Pra sempre.

PS.: essa 1ª foto parece posada. E é. Mas a gnt sabe: “Filhooo, me olha nos olhos pra eu ver ozoínho do seu pai em vc?”. Um milhão de vezes, né... haha! E vc, tão lindo, sempre/ainda me atende. E me olha. Mas, sabe? Eu sou apaixonada pelos olhos do seu pai sim. E amo que Deus tenha me dado os olhos dele em vc. Mas... são os seus que eu quero ver qdo te peço pra me olhar. Porque é o par de zóio de vcs dois que me derrete... Que sorte a minha!

sábado, 10 de março de 2018

Pipo is now 14!!

Eu não ia escrever nada até tu me dizer que queria isso. Aí, já sabe que é goRpe baixo: se tu quer, eu faço. Só que o #setuquereufaço já não é mais tão fácil. Você tá virando um sujeito, e anda querendo umas coisas mto sui generis. Certeza que eu também queria coisas esquisitas qdo era adolescente. Mas qdo a gnt vira pai-e-mãe de adolescente a gnt fica mais careta do que nunca.

Fato é que antes tu era só o meu menino. Mas agora, #pelamordedeos, tu tem cheiro de bode. Não é mais tão fácil ser sua mãe qto era antes. Mas também não era tão legal. Você nunca foi tão engraçado, tão sensível, tão argumentador. E eu nunca dobrei tanto meus joelhos por alguém. Vc é meu grande desafio pq me ensina mto sobre um amor gratuito. Aquele que a gnt chama de 'graça'. 

Eu quero ser melhor todo dia, pq vc presta atenção em mim. Mas quero q vc preste atenção no meu Pai. Que é seu também. O chamado Dele é irresistível. Vc vai saber qdo for a sua vez. A voz Dele é inconfundível, meu filho.

Vc é forte, bravo e determinado. Nunca vi alguém tão decidido qdo mira num alvo e dispara na sua direção. 

Vc ama açaí.

Ama seu pai.

Ama seus avós. E ama os outros velhinhos. Não que seus avós sejam velhinhos, tá, Mama @maraazanha? Fica sussa.

Vc tem habilidade manual. Vc ama travesseiros gordos.

Ama strogonoff.

Ama pink lemonade.

Quer conhecer Nova York.

Vc vibrou no show do Phil Collins, e lê comigo os livros que odeia. 

Ri com a boca aberta e os olhos apertadinhos.

Veja você: agora você cuida das crianças no cultinho infantil, o mesmo que me fez achar um absurdoooo a ideia de que você amou um cultinho batista há 8 anos.

Vc entende de forma madura as broncas que toma, e ME converte com isso.

Seu pai é seu herói e eu amo ver o amor de vocês dois.

Eu escrevi um sem-fim de coisas só pq vc quis um textão pra chamar de seu (fácil pra quem tem uma mãe que fala/escreve mais que o lendário #hómedacobra).

Mas o coração de tudo isso é que.... WOW: eu sou mãe de um cara de 14 anos! Um pioiento! E eu nunca pensei que pudesse amar um cara tanto assim. E nem que pudesse ver seu Pai (aquele, o da Terra) tão apaixonado. E nem que nosso Pai (Aquele. O do céu! "O"!) pudesse nos dizer tanto sobre isso!


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Uma carta às minhas vizinhas


Oi, meninas. Boa tarde.

Eu sou a Karina. Moro no 57, e sou a mãe de um dos ‘trombadinhas’ que vcs falavam ontem à noite.

Qdo ele era um bebê de alguns dias, como os de algumas de vcs aí, eu realmente não esperava que ele fosse ouvir músicas de letras horríveis na quadra do prédio.

Por favor, me perdoem por isso. Perdoem minha família. Realmente é uma invasão ao espaço dos outros. Puxa... nos perdoem. Contem comigo e com meu marido pra fazermos bastante força educando nosso filho no sentido contrário.

Fiquei tão envergonhada de ouvir sobre os palavrões dele na quadra. Ele não é o pior dos palavrões não, mas tá junto com a gangue. Então, não importa: é da gangue também. Já tinha ouvido, mas, puxa... que vergonha. Sobre as músicas então... que vontade de abrir um buraco na terra e enfiar a cabeça dentro! Ele, que toca bateria e fez aula de violão clássico com um dos melhores professores do Brasil... ouvindo obscenidades no próprio prédio onde mora! Por que, isso... o que saiu errado!?

Aliás, eu pensei q ele seria sempre fofinho como qdo era bebê. Aliás, agora q ele é adolescente, eu garanto a vcs: tem mto mais coisa q não saiu conforme o planejado.

Ele é filho de pai bravo, foi criado na igreja, nos melhores colégios, cheio de amor e disciplina - mas a vida é assim: não saiu como eu previa. Isso não significa que eu estou dando desculpas e jogando a toalha. Significa, apenas, que ele tem a própria personalidade, está nadando em hormônios que não controla, ouve funk e faz um sem-fim de coisas que eu não gosto e não queria q ele fizesse. E que, por isso, eu devo ter mais trabalho do que quem tem, por filho, um santo calminho e controlado.

Mas, é isso: agora é a minha vez.

Uma vez fui chorar sobre a adolescência do meu menino pra minha mãe. Ela me disse: “Filha, vc sempre foi mto boazinha. Nunca deu trabalho nenhum pra nós, em nenhuma fase da vida. Mas teve uma período em que a coisa que eu mais odiava na vida era te buscar no Esporte Clube Barbarense. Eu odiava ver minha filhinha com uma camisa preta do Metallica, no meio daquele monte de roqueiro que eu achava o fim da humanidade.  Você queria provar não-sei-o-que, não-sei-pra-quem. Era adolescente. Mas passou. Passou rápido. E naqueles dias, se eu soubesse que vc seria uma advogada engomadinha, casada e tranquila, trabalhando de scarpin, eu teria chorado muito menos”.

Aquela conversa me aliviou a alma. Bem, pelo menos um pouco, porque a verdade é que agora é minha vez. Minha mãe passou o pedaço dela, agora eu passo o meu. Espero de coração que, na vez de vcs, as coisas estejam mais perto daquilo que vcs planejaram, porque, eu garanto: é muito doído que se refiram ao seu filho como “aquele ali”, ou como “aquele menino retardado”, ainda que os motivos sejam, às vezes, fruto da própria semeadura dele, eu sei. De todo modo é doído, acreditem em mim. 

Ainda que vcs achem que ele seja isso mesmo, olhem pro filho de vcs e pensem em como seria alguém se referindo a eles desta forma. Talvez vcs entendam. Ou não. Tudo bem, também.

Até entendo que o ocorrido tenha sido revoltante para vocês. Mas o que não me entra na cabeça é: o que resolveria ofender em retorno?! Usar palavras fortes?! Desrespeitar no momento em que está se sentindo desrespeitado?! Vai ver é por estar bravo, ou por estar se sentido acima do outro, por ter muita razão. Sei lá. Mas acho que uma boa conversa seria tão mais efetiva... Mas, bem, isso sou eu. 

Vamos cuidar do funk e dos palavrões, meninas. Não tem justificativa isso.

Mas deixem que eles joguem bola na quadra – até às 22h, ou até às 21h, caso vcs decidam mudar o horário do Regulamento. Deixem que ele ouça música também (em altura suportável, e sem músicas ofensivas). Peçam aos seus maridos e aos outros vizinhos que não gritem agressividades pra ele da varanda. Isso é tão hostil quanto os palavrões, na verdade. É o igual com o igual: não saímos do lugar em relação ao que perturba a nossa convivência.

Péra. Não sei se é igual com o igual, não. Não dá para comparar um adolescente e a percepção dele de impacto de suas ações (e até a responsabilização por elas) versus um adulto sendo agressivo sem mostrar o rosto e de cima de uma varanda. Não tenho ideia de quem foi/foram, mas acho que aí entra na mesma situação que falei ali em cima: uma boa conversa seria mais efetiva do que agressividades tais como as da varanda. Ou como as comentadas aqui. Vocês mesmas comentaram nas mensagens que foi falado com a porteira. Se vocês não sabiam de quem era aquela 'criança', a porteira saberia. Podem me ligar no interfone. No celular. Aí a gente se fala e eu já resolvo o problema imediatamente, trazendo meu filho para casa para que eu possa conversar e orientar a respeito. De mãe pra mãe. Mãe de filho pequeno. Mãe de filho grande. É tudo Mãe.

Claro que enche que batam bola na quadra. Claro que enche que ouçam música alta. Mas criança pequena berrando, correndo, chorando e gritando também enche. A diferença é que a criança de vcs é fofinha, a minha não. Mas aí vcs aguentam a minha, eu aguento a de vcs, e a gente segue assim. Se Deus quiser, sempre vai ter criança por aqui. Quando os seus forem adolescentes, o meu vai ser adulto, e o ciclo vai estar sempre começando de novo. Pra não termos ninguém nos enchendo, precisaríamos de um espaço só nosso. Não é o caso de quem mora em condomínio.

Sigo desejando um mundo melhor pro meu filho. E dobrando meus joelhos e lutando MUITO, mas MUITO mesmo, pra deixar um filho melhor pro mundo.

Enfim, vou sair do grupo, claro. Não tem clima, né... E assim vcs talvez se sintam mais à vontade pra reclamar do meu menino e tomarem outras deliberações.

Mas mantenham meu telefone aí guardado. Daqui a 10 anos, se passarem por uma situação parecida – de coração, espero que não! – podem me chamar. Eu vou ajudar vcs a se lembrarem que tudo isso há de passar.


Um abraço!
#bpn

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A Thousand Years e um solo na sanfona




A fotinho é pra mostrar o coraçãozinho lindo que você fez pra mim de uma folha de árvore que catou na rua. Vc fez eu virar de costas pra me fazer isso como uma supresa, mas vc já me deu uma meia dúzia de coraçãozinho desse aí e não lembra. Fiz cara de #aiquelindomeuamoreunãopoderiaterdesejadopresentemelhor, mas sim, amor, eu já tinha visto. Viemos pro café da manhã e tava tocando Thousand Years. Instrumental. Baixinho. Lindo, lindo. Só que aí nóis pegamo um filão cada um (dos OITO que nóis comemo) e vc começou a cantar a musiquinha do bacalhau. Eu morri de rir. Alto.

Muito alto. E a musiquinha linda e romântica tava baixinha demais, o que fez minha risada virar um escândalo. Todo mundo olhou e vc continuou com cara de #uéquefoinãotevetantagraçaassimmedeixecomermeufilão. E fez outra piada em seguida, numa clássica atitude de quem já enjoou de passar vergonha por causa da minha risada sempre elegante.

Com isso despeço-me, na certeza de que foram os 17 melhores anos dos 22 que estou com você te fazendo passar vergonha por aí. 

Te amo mais do que quando eu tinha 13, que foi quando te amei pela primeira vez.

Deus sabia que eu precisaria de você todos os dias.

#tinhaquesernoDiadasCrianças #ésempreferiadononossodia #euaindateachoohomemmaislindoqueeuconheço #aindaamoseucheiro #esuavoz #enossavozcantandojuntosviraumasó #nãoseiondeterminaeueondecomeçavocê #termineiassimporquevocêamahashtags

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Meu querido. Meu velho. Meu amigo.




Sabe o que ele tá tocando/cantando, Dad?! Hahah! RobeRRRRto CaRRRRlos!! Rá!! Exatamente como cresci te vendo fazer: viola em punho, Robertão na playlist! E bora ser feliz!

Eu sonhava com isso, né... Vc foi meu primeiro grande amor, e eu queria um marido que fosse que nem vc. Senão eu não ia casar. E vc me conhece: eu não ia mesmo! Haha! E eu dei tanta sorte... Deus foi e é tão bom comigo! Por sua causa eu pude aprender sobre o amor Dele desde tão cedo. 

Eu celebro tanto o dia dos Pais. Não só pq eu posso celebrar de forma especial o meu Pai Celestial. Não só pq eu celebro com tanta gratidão o pai que me filho tem. Que é o mais incrível!

É que eu celebro, na verdade, um sem-fim de coisas.

Tipo ter um pai que não perdia um jogo no Colégio (mesmo eu sendo a pe-ór jogadora de vôlei da história do Dom Bosco).

Um pai que me incentivava a tentar a carreira de paquita da Xuxa (ainda que, cá entre nós, nem pra  anti-propaganda de Cogumelo do Sol o meu shape serviria, vá! Mas vc sempre me achou linda, né?).

Um pai que tocava violão pra eu cantar desde pequenininha.

Que me levava no colo da sala pro meu quarto até, sei lá... meus 70kg!

Que sempre confiou e acreditou em mim.

Que me derrubou dum penhasco em Peruibe quando eu tinha 6 anos (porque às vezes algumas coisas saem meio errado, né... Atire a 1ª pedra quem nunca derrubou um filho do penhasco, pow!).

Que me ensinou a dirigir com 11 anos.

Que contava historinhas intermináveis pra eu dormir (a do Ônibus Musical e do grilo que tinha uma trouxinha de viagem eram clássicas).

Que me levava pra praia na TL sem assoalho (TL cor de manteiga, que tinha volante, banco, e um limpador de para brisas que não funcionava. É que a essa altura eu já tinha sido derrubada do penhasco e já era mais resistente, convenhamos!).

Que foi com o Marcelo peitar o folgado que mexia comigo todos os dias qdo eu era ainda solteira e esperava o ônibus pro trabalho às 6h.

Que eu tinha mais medo do silêncio do que da bronca.

Que até hoje fala forçado que me ama quando a mamãe me liga (a gente consegue deixá-la irritada, né? Hahah).

Que dançou comigo a valsa da 8ª série (porque no 3º colegial nóis um tinha a grana pra formatura).

Que segurou forte minha mão qdo a porta da igreja abriu a caminho do altar.

Que é o "Vô Mais saudável" do meu filho.

Que é o "meu Moisés" do meu marido.

Que, pros 3 filhos, é o MELHOR pai do mundo (desculpe se tu fala isso do seu também. Na verdade... o meu que é!).

Que é o MEU amigo de fé, meu irmão camarada. E, olha que engraçado: agora você tem mesmo os cabelos brancos que eu sempre cantei nas cartinhas inspiradas na música do Robertão! E seu olhar (que agora tá, tá cansado! Rs) profundo ainda me diz coisas.

Meu querido. Meu velho. Meu amigo. Meu primeiro. Meu sempre. Minha lição. Minha escola. Meu maior fã. Que vai durar pra sempre, pq meu prometeu isso!!

Happy Father's Day, my dearest!

(pro pai que sempre quer saber "como fala isso em inglês, filha!" Haha!)

Love you! Til That Day! And thru the eternity!

domingo, 30 de julho de 2017

Avisa pa Vinicius que passei uma tarde em Itapuã, meolindo!



Aqui tudo é mais. Côco é mais côco. Praia é mais praia. Azul é mais azul. Tempo é mais tempo. Calor é mais calor. Fruta é mais fruta. Descanso é mais descanso. Alegria é mais alegria. Preguiça é maaisss.... zzzzz!!! Acarajé... bem, acarajé É. E só "é" mesmo, porque não tem acarajé "menos" em lugar nenhum. Acarajé tem que ser aqui. O dos outros lugares é só receita. 

E aqui, gente feliz é mais feliz. Parece que tem a ver com "ando devagar porque nunca tive pressa mesmo". Aqui todo atendente, de qualquer lugar, tem um riso e uma história pra contar. Um comentário a fazer. Tem sempre um braço estendido na sua direção. O baiano acha uma graça incrível em servir! Todo mundo que é daqui gosta de ser daqui. Pra eles, os loucos somos nós, paulistas apressados. 

Aprendi desta vez que 70% de todo o consumo de frutas e verduras daqui é suprido pela agricultura local/familiar. Ele come da sua terra, ele ama a sua terra. Isso explica tanta coisa. 

Vá comer vatapá na praça Caymmi (com preguiça no corpo) e saiba tudo que a baiana tem, porque ela ta preparando tudo pra tu, meolindo, mialinda. E ela te conta. E ela enrola, desenrola, amasseta, frita, prepara tudo com destreza enquanto te conta meia dúzia de histórias que te deixa hipnotizado e... sem pressa nenhuma. De ir embora. Da vida. De nada.

Aí tem um cara tocando teclado em Itapuã. Música ruim, que na Bahia fica uma delícia de ouvir. Só tem nativo no barzinho. De turistas só somos nós. Do lado, a mulé do sorvete. Ela espera clientes e, quanto isso, dança e aplaude o tecladista que cumprimenta - no microfone - 5 de cada 10 transeuntes. São conhecidos dele. A mulé do côco dança também. Sozinha. O hóme do amendoim cozido no limão também da uns passinhos com uma mão no ar e a outra na barriga. Ele rodopia a liberdade, que é sua parceira de dança. A minha liberdade é ter salário. A dele é passar uma tarde em Itapuã.

Mas é 6ª feira à tarde, tem sol, então o baiano desfruta de ter praia. Senta ali, e espera o sol ir embora pra ir também. Ou não, quem sabe. Ô, povo grato. 

Mas não arrisque nada muito desafiador, tipo um milkshake num stand do Bob's; a menos que vc ache graça de demorar 12 minutos pra ser atendido, mesmo com 3 pessoas sorridentes te atendendo. Aí falta destreza. É curioso. É que nem comprar moqueca em restaurante paulista. Vem bem, vem certo, mas vem sonso. Mesmo carregado de tempero, é sonso. Num tem dedo de baiano, é sonso. Do mesmo jeito que na Bahia o milkshake supersônico do Bob's vem com 'delay'. 

Em alguns lugares é sujo, feio, fedido e desorganizado. Claro que é. Como em alguns bairros da minha cidade, aliás. Mas, uai, não vim falar disso, mesmo.

Vamos embora encantados. E não é (só) conversa mole de turista não. Já é a nossa 4ª vez aqui. E, de novo, deixamos avisado que é pra colocar mais cebola no charque, mais açúcar na cocada mole. Porque, se Deus quiser, já já a gente volta!