domingo, 10 de abril de 2016

E seje feliz, meu emóm!




Feliz dia do "Você é meu emóm?!"
Eu sei que é tarde, e vc pode imaginar Q eu to aqui babando de sono agora. To, claro Q to. 
É que, sem acesso ao FB, acabei me esquecendo de fazer uma declaração de amor bem linda pra você hoje. E ai de mim se eu não dizer... a Mamãe não me perdoa! 
Mas ta, to aqui agora. Antes tarde do que mais tarde, afinal. 
E nosso Pai Celestial tem me ouvido falar de você, Dé. 
Isso tem sido bem curioso, e vou te contar porque. Já que eu to acordada a essa hora mesmo, né... vou contar. 
É que eu acho você um baita cara! E, por causa disso, já me peguei justificando minha minhas orações neste sentido várias vezes. Tipo isso, ó: "Deus, o Dedé é um menino tão esforçado desde sempre. Ele cuida dos meus pais e ama os sobrinhos. Ele é a alegria da mesa (opa! A gente não tem uma mesa! Hahaha), e a vida dele é resposta de oração. Tá vendo, Deus?! Ele é um menino que merece coisas boas... Dá um monte de coisas boas pra ele!?"
Hahaha! É verdade, uai. Orei assim um sem-fim de vezes.
Até que, em amor, Deus foi me trazendo a verdade: a de que não importa quão bonzinho você seja, e nem quanto esforço eu faça tentando lembrá-Lo disso. A sua vida é, no fim do dia, entre você e Ele.
O que Ele tem pra você não tem a ver com quão bonzinho você é, e nem com quanta força você faça. Tem a ver com o quanto Ele te deseja por perto. O quanto Ele quer te fazer parecido com Cristo. E o quanto tudo isso pode - e vai! - ser usado para glória Dele por aqui.
Então, Dé, continue caminhando, mas com uma certeza. A única, aliás: a de que, quando o seu amanhã chegar, nosso Pai vai estar lá. Ele vai ter chegado antes. E vai ter cuidado de tudo pra você. E você vai se lembrar de que as preocupações não podem acrescentar nem um minutinho a mais na nossa vida. E não pagam contas, também, óia só que porcaria! Só servem pra roubar nossa alegria, pois. 
Eu sei que virar adulto não é fácil. Mas o grande lance pra você é manter pulsando o seu coração do jeitinho Q Deus te deu, de modo que sua vida continue sendo referência de alegria por onde vc passar. 
Se você deixar, a vida te rouba isso. Se você quiser, no entanto, Deus te devolve. Todos os dias. Numa luta que um dia acaba; mas que, por ora, tá aí pra gente batalhar junto.
Hoje eu oro pra que você, mais do que simplesmente "seja feliz", se mantenha perto do Pai. Mas é que... você sabe: dá na mesma! Hehe!
Love you, man!
Parabéns!

sexta-feira, 8 de abril de 2016

08 de abril. Meu pé chato que nem o dela.



Eu sou a cara do Papai, né, Mama? (bendito nariz de bola! Mas pelo menos vou demorar pra ter cabelo branco!)

Então eu nunca fiquei procurando muitas semelhanças entre nós duas. Achei que num tinha.
Mas, Mama do céu!!! Que coisa engraçada! O tempo tá passando e eu tô cada dia mais parecida com vc!

Olha se não: sou eu que ‘acordo’ minha casa todo dia. Eu sou a galinha, a primeira a acordar. E arrasto o chinelo e TUSSO de manhã, iguar que nem você!! Ah, e faço cafezinho preto também. Quando os meninos acordam já tem cheirinho de café pela casa. Como quando eu acordava e quem fazia o cafezinho era vc.

Eu não gosto de chocolate. Nem de refrigerante. Como vc.

Gosto de coisas azedinhas, na verdade. Tudo bem temperado. Tudo de muito! Prato cheio pra mim... prato cheio pas visita... prato cheio pra todo mundo! Assim que eu gosto.

Eu sou elétrica. Não tenho parada da hora que acordo até a hora que durmo. E tenho sono cedo, muito cedo. 

Ai, como eu tenho dó! Eu morro de dó de tudo e de todo mundo. Ai, que saco isso! Tenho dó do menino do semáforo, da tia X com problema Y, da florzinha que passa o dia no sol... Ai, pelamordedeos, que dó! Cuitada... Cuitado... Ai, que dó!

Eu finjo que não sei que fulano tá brigado com cicrano e me meto na história sem que nenhum dos dois desconfie, só pra fazê-los se reconciliarem (só deixa eu te avisar que entre meus irmãos e eu essa sua tática nunca dá certo, tá? A gente SEMPRE SABE qdo vc tá armando essas coisinhas ‘contra’ nós. Então para com isso! Não dá certo cunóis, Mama, tenha isso sempre em mente).

Eu páro pra ver árvore de ipê florido na rua.

Eu pergunto as coisas pra pessoas desconhecidas como se as conhecesse há muito tempo.

Eu grito quando tô feliz.

Minha bolsa é bagunçada e sempre tem uns farelos que eu nunca sei daonde vieram.

Meus sobrinhos são como meus filhos. 

E eu tenho um pé chato e feio pra burro. Esta, aliás, acho que é a única semelhança física que eu tenho com você. Ah, tenha dó, não?!

Tá vendo?! Eu me pareço muito com você, sim. Mas não chego aos seus pés, Mama! Não chego aos pés da sua fé, e do seu amor pelo outro. Seja o outro quem for. 

A gente pega carona no seu jeito de crer. É engraçado, e o Dedé e eu falávamos hoje mesmo sobre isso: sempre que qualquer um de nós tem algum problema, você nunca apresenta uma solução estratégica como sugestão pra nós. O que você faz no meio do conflito é sempre a mesma coisa: “Vamos orar, filha(o). Deus sabe. Deus tem o melhor. Deus conhece. Deus vê. Deus ouve. Deus isso. Deus aquilo”.

E aí, até não ver o problema acabar, você sempre aborda a gente do mesmo jeito: “Hoje o Papai e eu oramos por você(s).” E é a pura verdade: vocês oram mesmo! Nossa vida é reflexo da fé que você tem. Porque quando tudo termina, a sensação é a de que as coisas voltaram à ordem graças à sua fé! Uau, né?

Eu me lembro de sempre ver sua casa cheia de gente. Mesmo quando a gente passava a semana comendo bolinho de arroz (porque por semaaaanas a fio aquilo era só o que tinha: bolinho de arroz! O banquete de sábado era uma saladinha de tomate naquele oásis de feijão  + arroz + bolinho de arroz. Ô, secura!), tinha gente comendo na sua mesa. E não faltava nada, nunca. Sua despensa tem uma torneira que não fecha jamais! Chame de maná. Chame de pão-de-cada-dia. Mas não falta. Nunca vi faltar. E olha que já os vi em apuros, hein?!

E você ama os outros de um jeito tão incrível. Os almoços de domingo têm um caprichinho pra cada um de nós: filhos, netos e visitas. Porque é do que vc se alimenta: de servir.

Então, Mama, eu me pareço com vc sim. Mas tô muito, muito longe de “te ser”. 

Esses dias vimos uma foto dessas modinhas de “minha mãe, minha rainha”, e perguntei pro Pedro se eu era a rainha dela. A resposta veio sem pensar: “Não, mãe. Você é a princesa. Minha rainha é a Vó”!

Isso, filho! Vc tá certo! Ela domina tudo! É a nossa rainha mesmo!

Fica pra sempre comigo, Mama! Você me prometeu!

Deus te abençoe e te guarde. Te amo até o infinito!
Parabéns!
Sua Francisca

sábado, 2 de abril de 2016

Sobre a mudança => LE GAVETEIRO

Acho que a cena mais esquisita foi a daquele homem parando em frente à minha casa, carregando o gaveteiro do Pipo descuidadamente na camionete, e seguindo adiante.

Atrás dele eu ia com meu carro, com uma vontade imensa de buzinar até ele parar. Quando ele parasse, eu ia subir no capô do carro dele e dar barraco, pô! Eu ia berrar que "onde já se viu o senhor pegar o móvel do quarto do meu filho desse jeito?! Foi desenhado pelo arquiteto, feito sob medida!! Devolve isso já!! Essas gavetas guardaram o material escolar dele por 7 anos! Todo santo dia ele tomava pito por não organizar a papelada jogada aí dentro! Não, senhor, para com isso! Séloco?! Devolve issaí que não é seu! Aliás, quem deixou o senhor entrar na minha casa?!!"

Mas, meodeos... Péra. Na verdade eu deixei ele entrar. E eu deixei ele levar o móvel.

Não, péra. Não é que eu deixei. Deixa eu explicar.

Eu aluguei minha casa anterior. Ela é (está) nossa, Deus nos deu (emprestou), e nós moramos lá por 7 anos. Mas a gente desejou mudança, e assim fizemos: nos mudamos. 

O novo inquilino pediu pra fazer algumas mudanças (não obrigatórias) na casa, e uma delas era que ele queria se desfazer dos móveis planejados do quarto do menino. 

Ah, claro que foi estranho concordar com isso. Mas mudança é mudança. Aqueles móveis foram planejados com carinho pra época em que moramos lá. Mas agora, em tese, sairíamos da casa pra não mais voltar. Ou pra voltar só no futuro, bem lá na frente. Então, dissemos sim. Alias, é sempre como eu penso primeiro: por que não um sim, né?

Um dia, um móvel novinho. Feito pra nós, pro quarto do menino, pra casa novinha. No outro, era um porta-bagunças. No "todo dia", um pouquinho de história guardada no móvel, que a cada dia ficava menos novinho. E no final de tudo, virou só um catadão de madeira sem utilidade (pra nós, ao menos) jogado na caçamba de uma camionete, sem que alguém estivesse se importando com isso. E não era pra estar mesmo. Porque até pra um móvel de quarto há um ciclo: começo, meio e fim. E aí, gaveteiro amigo, acabou pavocê, fio! Obrigada por tudo e sucesso aí na sua nova empreitada.

E esse foi nosso primeiro contato com tantas lições que teríamos depois disso; todas pra nos ensinar, na prática, aquilo que lemos, 'aprendemos' (??) e ensinamos a vida toda: nada é nosso de fato. Nada aqui é seguro. Nada nesta vida é pra sempre. Não temos controle nenhum sobre nada. Nada de nada mesmo.

Soa meio amargo dizer que essas coisas são lições, e tal. No fundo acho que é amargo mesmo. Essas experiências tem aquele tom de "Oi. Meu nome é Salomão e eu tô aqui, farto da vida escrevendo Eclesiastes". Mas as lições tem dado frutos doces pra nós 3 aqui em casa. No meio da lágrima, que é salgada, e da lição, que é amarga, tem o docinho suave de sentir Deus no controle. Não é sentir, eu acho. É saber. Isso, é saber: Ele está no controle. 

E se todas as perdas dos últimos dias tem sido pra aprender mais sobre isso... ah, toma aqui o outro gaveteiro também. E pó levá o criado-mudo junto.

#assimnaTerracomonocéu

Quem sabe volto aqui nos próximos dias e conto mais.
😃


(Aqui, então, o gaveteiro:


A foto é antiga e não tem nada a ver com a postagem, claro. É que foi a única foto que achei do gaveteiro. Esse dia aí foi bem legal: cheguei de surpresa pra almoçar em casa e catei os dois jogando! E minha mãe sempre foi boa de video-game!)